Saiba como frear corretamente sua moto
- Alisson Lima
- 30 de ago. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 30 de ago. de 2020

Saber parar a moto é tão importante quanto, se não mais que, saber acelerar ela, e grandes partes dos acidentes, principalmente no meio urbano, poderia ter sido evitado se os freios fossem usados da melhor maneira. Afinal, qual a forma correta de frear a moto? Existe um padrão para todos os cenários e modelos?
Dianteiro ou traseiro, qual o mais importante?
Cada um tem sua importância na hora da frenagem. Basicamente, quando a moto está em movimento o seu peso é jogado para a parte de trás, deixando a frente da moto bem mais leve, mas quando os freios são acionados, aquele peso que estava concentrado na traseira é repassado para a frente, onde o piloto e garupa (se for o caso) sentem o corpo indo para a frente. Numa frenagem onde você se prepara para frear (semáforo, cruzamento, lombadas e etc.) e até mesmo (e principalmente) em uma frenagem de emergência, recomenda-se acionar os freios na proporção 70% do freio dianteiro e 30% do traseiro.
Mas em uma situação de pânico, de emergência, a situação pode levar o condutor a apenas apertar e pisar tudo o que tem, e nesses casos, o uso do freio traseiro pode atrapalhar mais do que ajudar, até porque se o pneu travar você perde aderência, e isso não pode acontecer numa frenagem, as rodas precisam rodar em todo o momento da frenagem. Nesses casos de emergência, se você não tiver um conhecimento avançado em frenagem, aconselhamos somente o uso do freio dianteiro.
Isso se aplica para todos os modelos?
Sim, a regra é a mesma, mas em alguns tipos de motocicleta a proporção pode ser diferente. Em motos cruiser/custom, choppers e touring são as que pedem ao piloto um acionamento dos freios diferente dos outros modelos. Como a distância entre eixos dessas motos é bem maior do que de uma naked, por exemplo, recomenda-se dividir igualmente o acionamento dos freios, ou seja, 50% no dianteiro e 50% no freio traseiro.
Outra exceção à regra é o modelo de sua moto, um exemplo disso é a Royal Enfield Himalayan (e em algumas motos do MotoGP), que é uma moto trail, onde os 4 tempos de seu motor roda ao contrário do tradicional. O que seria no sentido anti-horário, ou seja, no mesmo sentido em que gira as rodas, passa a ser no sentido horário, o que diminui a potência, mas melhora a ciclística e a força de frenagem. Em especial nesses casos, o freio traseiro pode ser tão forte quanto o dianteiro, cabe ao piloto testar os freios de sua moto e experimentar qual a melhor proporção de acionamento dos freios.
Acionar a embreagem ou deixar a moto engatada?
O motor é um dos 3 freios da moto e se faz tão importante quanto os demais. Em uma descida ele é o mais indicado, e basicamente para utilizá-lo basta parar de acelerar a moto que o motor começa a baixar a rotação e a segurar o veículo (isso não é perceptível em scooters devido ao sistema de câmbio automático).
A distância de frenagem ou o tempo em que uma moto leva para sair da velocidade em que está para 0km/h é bem maior quando é acionado a embreagem, pois isso corta totalmente o freio motor, e por muitas vezes o acionamento da embreagem em conjunto com os freios dianteiro e traseiro é indicado em centros de formação de condutores, quando o correto é deixar a moto engatada e reduzir as marchas conforme aquela em que está começar a não ser tão eficiente para a situação. Quanto mais altas estiverem as revoluções do motor (RPM), mais força o motor fará para parar o veículo, mas cuidado para não deixar a rotação tão alta para não danificar seu motor a médio ou longo prazo.
Como frear na curva?
O ideal é não utilizar os freios em uma curva, pois as chances de você cair sozinho por tal ação são relativamente altas. Busque sempre reduzir a velocidade antes de chegar na curva para entrar nela com a velocidade ideal (que varia de curva para curva), pois frear na curva pode fazer a roda traseira derrapar e, pior ainda, a roda dianteira também. E mesmo que isso não aconteça, reduzir a velocidade numa curva faz com que a moto volte à posição de 90 graus em relação ao solo (reto e não mais “deitado”), o que pode fazer você se perder na curva e sair dela.
Mas imprevistos podem acontecer, e se por alguma razão você, caro leitor, precisar frear em alguma curva, acione os freios com mais cautela, e se na reta você não deve “alicatar” as pinças de seus freios, na curva é que não deve mesmo, porque a área de contato dos pneus com o solo em bem menor do que quando ela está totalmente na vertical.
Tudo isso se aplica em dias de chuva também?
Se aplica sim, mas existem variações que vão te fazer dobrar os cuidados. São eles: Piso molhado, óleo solto na pista (aquele arco-íris que não tem coisa boa no final dele), menor visibilidade, pinças molhadas, manetes e pedais escorregando e etc. Nem precisa que tudo isso influencie na sua frenagem, só uma delas é o suficiente para estragar o seu passeio de moto.
Portanto, mantenha uma distância segura ainda maior em relação aos veículos ao seu lado e à sua frente, mantenha sempre a manutenção preventiva de sua motocicleta em dia, evite trafegar no meio da faixa em pista molhada pois é lá que costuma cair óleo dos veículos maiores, também evite passar por faixas marcadas no chão, como as de faixa de pedestre, setas de indicação, entre outras, pois quando molhadas se tornam um verdadeiro sabão.
Além de tudo isso, sempre pilote na defensiva! Busque prever acontecimentos e evite-os sempre que um possa ameaçar sua segurança. No trânsito nós conduzimos os nossos veículos e os dos outros. Pilote com segurança.
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No mais, bons ventos!
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